O principal objetivo da ultrassonografia de segundo trimestre, realizado entre 18 e 22 semanas de gestação, é prover informações diagnósticas precisas para o parto e otimizar a assistência pré-natal. Com essa finalidade a ultrassonografia de segundo trimestre avalia a presença de malformações fetais e gestações múltiplas, determina a idade gestacional (em pacientes sem ultrassonografia no primeiro trimestre) e realiza medidas que servirão como padrão para o reconhecimento de alterações do crescimento no terceiro trimestre.

O rastreio ultrassonográfico inclui:

  • Avaliação da morfologia e atividade cardíaca
  • Número de fetos (corionicidade e amniocidade)
  • Idade e tamanho fetal
  • Anatomia básica
  • Aparência e localização placentária

Ultrassonografia Morfológica

A ultrassonografia de rotina morfológica do segundo trimestre pode ser realizada (segundo as orientações “ISUOG – GUIDELINES, 2011”) entre 18 e 22 semanas de gestação.  Nessa idade gestacional ainda é possível estimar a idade gestacional, quando esta ainda não foi estipulada, e diagnosticar malformações estruturais fetais. Visto que a medida que a gestação avança a avaliação da morfologia fetal torna-se mais difícil, devido ao crescimento fetal e o decréscimo fisiológico de liquido amniótico dificulta-se a visualização de todas as partes fetais através da ultrassonografia.

O melhor momento e parâmetro para a estimativa da idade gestacional é no primeiro trimestre através do comprimento craniocaudal fetal, conforme a idade gestacional avança a acurácia na determinação da idade gestacional diminui. Uma vez estimada a idade gestacional, através de uma ultrassonografia no inicio da gestação, essa data não é modificada por uma ultrassonografia tardia. Discrepâncias entre a idade gestacional e o tamanho do feto sugerem alterações no crescimento fetal e devem ser acompanhadas como tal.

Diretrizes para realização do exame morfológico

Avaliação geral

  • Número de fetos, apresentação fetal, atividade cardíaca (frequência normal 120 – 160).
  • Avaliação placentária, localização ausência de massas e lobos acessórios e sua relação com o orifício interno do colo (OI).
  • Volume de liquido amniótico e número de vasos no cordão

Biometria  fetal

Os seguintes parâmetros ultrassonográficos podem ser usados para estimar a idade gestacional e o tamanho fetal:

  • Diâmetro biparietal (DBP)
  • Diâmetro Occipto frontal (DOF)
  • Circunferência cefálica (CC)
  • Circunferência abdominal (CA) ou diâmetro
  • Comprimento da diáfise femoral (CF)
  • Estimativa do peso fetal (O peso estimado no segundo trimestre pode ser usado como referencia para identificação das alterações do crescimento fetal). Pode ser realizada através das medidas DBP, CC, CA e CF.

Outras medidas 

  • Diâmetro transcerebelar (DTC)
  • Ventrículo Lateral (fossa posterior)
  • Cisterna Magna (CM)
  • Espessura da prega nucal
  • Comprimento do osso nasal
  • Comprimento do úmero (HU)

Avaliação da morfologia fetal

  • A imagem do diâmetro biparietal deverá confirmar a presença do septo do cavo pelúcido (presença do corpo caloso) avaliar ambos os ventrículos laterais.
  • Corte sagital médio da face (perfil fetal) confirmando a presença do osso nasal e excluindo micrognatia.
  • Corte transverso das órbitas, lábio superior e palato anterior.
  • Cortes longitudinais, coronais e transversos de todas as vértebras.
  • Corte transversal do estomago ao coração para avaliação do situs, exclusão de desvios do mediastino e lesões císticas do pulmão.
  • Avaliação das quatro câmaras cardíacas, trato de saída esquerdo e direito e visualização dos corte dos três vasos.
  • Corte transversal do estomago avaliar presença tamanho e posição
  • Corte longitudinal do abdômen para avaliação da inserção do cordão umbilical e visualização da bexiga.
  • Corte transversal da bexiga para avaliação do número de vasos no cordão.
  • Corte transverso do abdome com a coluna demonstrando ambos os rins e suas respectivas pelves, medida do diâmetro antero posterior das pelves renais.
  • Membros superiores – seguir ambos os braços do ombro a mão avaliando comprimento, simetria, ecogenicidade dos ossos e articulações. Contar os dedos da mão, visualizar as mãos abertas e verificar a presença do quinto dedo da falange média.
  • Membros inferiores – seguir ambas as pernas do quadril aos pés avaliando comprimento, simetria, ecogenicidade dos ossos e as articulações. Um corte longitudinal dos calcanhares deverá ser realizado para excluir “pé torto congênito”. Os cortes da sola dos pés também devem ser realizados.

Rastreio do trabalho de parto pré-termo

A medida do comprimento longitudinal do colo uterino através da USG transvaginal é uma ferramenta valiosa na avaliação do risco para o trabalho de parto pré-termo (TPP) durante a gestação (TPP). No segundo trimestre, em pacientes com baixo risco para o TPP, atua como método de rastreio, identificando o risco de uma paciente ter seu bebe antes de 34 semanas de gestação. Em pacientes sintomáticas diferencia o “verdadeiro” do “falso” TPP. Evidencias adicionais demonstram que a medida do colo no primeiro trimestre da gestação, 11 – 13 semanas e 6 dias pode auxiliar na avaliação do risco de TPP.
O rastreio deve ser realizado na população geral entre 18-24 semanas de gestação, uma boa oportunidade é realizá-lo em conjunto com a ultrassonografia morfológica no segundo trimestre. Em pacientes assintomáticas com a medida do colo uterino menor ou igual a 25mm recomenda-se o uso de progesterona transvaginal.

Avaliação do coração fetal (Ecocardiografia fetal)

Quando realizar a ecocardiografia fetal:

O ecocardiograma (ou ecocardiografia) fetal é um exame que faz parte do acompanhamento pré-natal completo. O exame é essencial para mulheres com gravidez de alto risco e com histórico de doenças congênitas na família. “O Ecocardiograma Fetal é um exame ultrassonográfico do coração do bebê, ainda dentro do útero materno, onde avaliamos o funcionamento e a morfologia (forma) cardíaca.”

Este método diagnóstico é capaz de identificar cardiopatias congênitas antes do nascimento do bebê. Segundo o Ministério da Saúde, anualmente, nascem 30 mil crianças cardiopatas no Brasil, e a cardiopatia é a terceira principal causa de óbitos em bebês durante o primeiro mês de vida, totalizando 10%. Por isso, o exame de ecocardiografia fetal é tão importante.

Israel explica que o exame é essencial para detectar a maioria das doenças cardíacas no feto. “Isso auxiliará o seu médico na indicação de um hospital com recursos adequados ou em uma intervenção cardíaca precoce.”, completa. A realização desse exame na fase pré-natal é recomendada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia.

Além disso, a diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia para Indicações e Utilização de Ecocardiografia na Prática Clínica é de que o exame consegue avaliar o músculo cardíaco durante a vida intrauterina e permite tratar doenças cardíacas graves antes mesmo do nascimento do bebê.

O exame de ecocardiografia pode ser realizado no primeiro trimestre. Grávidas de alto risco têm recomendação médica de fazer o exame com 14 semanas. Israel explica que o exame é recomendado a partir da 18ª semana e é ideal na 28ª semana. “Em casos específicos, como histórico materno de Diabetes Mellitus antes da gestação, história familiar de cardiopatias congênitas, por exemplo, podemos realizar o exame entre a 12ª e 17ª semana de gestação.”, conclui o médico. Além disso, após a 28ª semana, o exame não é mais recomendado, pois existe uma dificuldade para observar as estruturas do coração do bebe após esta data.

O ecocardiograma fetal, também chamado de ecocardiografia fetal, é um exame de imagem que normalmente é solicitado no pré-natal e que tem como objetivo verificar o desenvolvimento, tamanho e funcionamento do coração do feto. Dessa forma, é possível identificar alterações congênitas, como alteração na comunicação entre as veias e artérias e alteração no crescimento de um dos lados do coração, por exemplo.

A ecocardiografia fetal é um exame simples e que não necessita de preparo, sendo normalmente indicado a partir da 18ª semana de gestação para todas as gestantes. No entanto, caso seja uma gravidez de risco ou a mulher tenha histórico na família de cardiopatias congênitas, o exame pode ser indicado na semana 14 de gravidez.

Para que serve

O exame de ecocardiografia fetal serve para avaliar o formato do coração do bebê, assim como o seu funcionamento. Dessa forma, é possível verificar se existe alguma alteração que seja indicativa de doença cardíaca e que necessite de intervenção durante a gestação ou após o parto.

Assim, através desse exame é possível identificar qualquer irregularidade do fluxo sanguíneo e que podem ser indicativas de alterações congênitas, como hipoplasia do coração esquerdo, desvio do septo atrioventricular e alteração na comunicação entre as artérias e a aorta, por exemplo, além de poser ser útil no diagnóstico da Síndrome de Down.

Quando é indicado

O ecocardiograma fetal deve ser feito juntamente com outros exames pré-natais e pode ser realizado a partir da 18ª semana de gestação, até a 28ª semana, que é o período da gestação no qual já se torna possível ouvir os batimentos devido à maior maturação do sistema cardiovascular do feto. No entanto, no caso das mulheres com gravidez de alto risco, esse exame pode ser indicado na semana 14 de gestação.

Além de ser indicado no pré-natal, esse exame é indicado para gestantes que:

  • Possuem histórico familiar de cardiopatias congênitas;
  • Tiveram alguma infecção que pudesse comprometer o desenvolvimento do coração, como a toxoplasmose e a rubéola, por exemplo;
  • Possuem diabetes, seja ela preexistente ou adquirida durante a gestação;
  • Fizeram uso de algum medicamento nas primeiras semanas de gestação, como antidepressivos ou anticonvulsivantes;
  • Possuem mais de 35 anos, pois a partir dessa idade aumenta-se o risco de malformações fetais.

A realização do ecocardiograma fetal é muito importante para todas as gestantes, pois é capaz de identificar alterações cardíacas no bebê que podem ser tratadas ainda durante a gestação ao logo após o nascimento, evitando complicações mais sérias.

Como é feito:

O ecocardiograma fetal é feito de forma semelhante à ultrassonografia, no entanto só são visualizadas as estruturas cardíacas do bebê, como válvulas, artérias e veias. É aplicado gel na barriga da grávida que é espalhado com um aparelho denominado transdutor, que emite ondas que são processadas, transformadas em imagens e analisadas pelo médico.

A partir do resultado do exame o médico poderá indicar se está tudo bem em relação ao sistema cardiovascular do bebê ou indicar alguma alteração cardíaca, podendo, assim, determinar se o tratamento pode ser feito ainda durante a gestação ou se deve encaminhar a gestante para um hospital com estrutura adequada para realização de procedimento cirúrgico no feto logo após o nascimento.

Para realizar o exame não é necessário nenhum tipo de preparo e normalmente dura em torno de 30 minutos. É um exame indolor que não causa risco para mãe ou para o bebê.

O ecocardiograma fetal não é recomendado antes da 18ª semana de gestação, em caso de gestações de baixo risco, pois o sistema cardiovascular a visualização do sistema cardiovascular não é muito precisa devido à falta de maturação, e nem no final da gestação. Além disso, a posição, agitação e a gestação múltipla tornam difícil a realização do exame.

Ecocardiograma fetal com doppler

O ecocardiograma fetal com doppler além de permitir visualizar as estruturas cardíacas do feto também permite ouvir os batimentos cardíacos do bebê, podendo assim, verificar se os batimentos estão normais ou se há qualquer indicação de arritmia, podendo ser tratada ainda durante a gestação. 

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